O movimento e a transformação.

Um novo conhecimento é produzido sempre a partir de algo anteriormente desenvolvido.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O Psicólogo não adivinha nada

Psicólogo não tem bola de cristal nem é bruxo da sociedade. Ele dispõe, apenas, de um conjunto de técnicas de conhecimentos que lhe possibilitam compreender o que o outro diz, compreender as expressões e gestos que o outro faz, integrando tudo isso em um quadro de análise que busca descobrir as razões dos atos, dos pensamentos, dos desejos, das emoções.
O psicólogo possui instrumentos teóricos para desvendar o que está implícito, encoberto, não-aparente. Poderíamos dizer, de uma forma talvez um pouco exagerada, que as pessoas sabem muito sobre si mesmas; no entanto, o psicólogo possui instrumentos adequados para auxiliar o indivíduo a compreender, organizar e aplicar esse saber, permitindo a sua transformação e a mudança da sua ação sobre  meio.
O psicólogo é diferente de um bom amigo. O apoio de qualquer pessoa pode, sem dúvida alguma, ter uma função de ajuda para a superação de dificuldades - assim como fazer ginástica, ouvir música, dançar, tomar uma cervejinha no bar com os amigos.
A Psicologia, como ciência humana, permitiu-nos ter um conhecimento abrangente sobre o homem. Sabemos mais sobre suas emoções, seus sentimentos, seus comportamentos; sabemos sobre seu desenvolvimento e suas formas de aprender; conhecemos suas inquietações, vivências, angústias e alegrias.


Texto tirado do livro Psicologias - uma introdução ao estudo da psicologia.

Hipnose na cirurgia

É possível substituir a anestesia pela hipnose. Do ponto de vista científico, a pessoa entra em um sono fisiológico. Então a pessoa sai do estado consciente, e entra em um estado inconsciente. Por exemplo, o paciente pode se imaginar em qualquer lugar, mas, na verdade, ele está em um consultório odontológico, hipnotizado, vivenciando cenas de lazer enquanto um dentista realiza o seu trabalho. Essa técnica pode ser usada em qualquer tipo de cirurgia, e é especialmente  aplicada a pessoas que tenham algum tipo de alergia à anestesia. 

Complexo de Édipo


O Complexo de Édipo, teoria criada por Freud,  acontece entre 3 e 5 anos de idade, onde a mãe é o objeto de desejo do menino, e o pai é o rival que impede o seu acesso ao objeto desejado. Então o menino procura ser o ''pai'' para ter a mãe, escolhendo-o como modelo de comportamento e passando a internalizar as regras e as normas sociais representadas e impostas pela autoridade paterna. Posteriormente, a mãe é trocada pelo mundo social e cultural.

Sobre o inconsciente

Veja os sonhos, por exemplo. Dormindo, produzimos estranhas histórias que parecem fazer sentido, sem que saibamos qual. Chegamos a pensar que nos anunciam o futuro, simplesmente porque parecem anunciar algo, querer comunicar algum sentido. Freud, tratando dos sonhos, partia do principio de que eles diziam algo e com bastante sentido. Não, porém, o futuro. Decidiu interpretá-los. Sua técnica interpretativa era mais ou menos assim. Tomava as várias partes de um sonho, seu ou alheio, e fazia com que o sonhador associasse idéias e lembranças a cada uma delas. Foi possível descobrir assim que os sonhos diziam respeito, em parte, aos acontecimentos do dia anterior, embora se relacionassem também com modos de ser infantis do sujeito.
Igualmente, ele descobriu algumas regras da lógica das emoções que produz os sonhos. Vejamos as mais conhecidas. Com frequência, uma figura que aparece no sonhos, uma pessoa, uma situação, representa várias figuras difundidas, significa isso e aquilo ao mesmo tempo. Chama-se esse processo condensação, e ele explica o porquê de qualquer interpretação ser sempre muito mais extensa do que o sonho interpretado.
Apenas você deve compreender que o inconsciente psicanalítico não é uma coisa embutida no fundo da cabeça dos homens, uma fonte de motivos que explicam o que de outra forma ficaria pouco razoável - como o medo de baratas ou a necessidade de autopunição. Inconsciente é o nome que se dá a um sistema lógico que, por necessidade teórica, supomos que opere na mente das pessoas, sem no entanto afirmar que, em si mesmo, seja assim ou assado. Dele só sabemos pela interpretação.

Recalque

O indivíduo ''não vê'', ''não ouve'' o que ocorre. Existe a supressão de uma parte da realidade. Esse aspecto que não é percebido pelo indivíduo faz parte de um todo e, ao ficar invisível, altera, deforma o sentido do todo. É como se, ao ler este texto, uma palavra ou uma das linhas não estivesse impressa, e isto impedisse a compreensão da frase ou desse outro sentido ao que está escrito. Um exemplo é quando entendemos uma proibição como permissão porque não ''ouvimos'' o não.

Psicanálise

A Psicanálise é um método de investigação aplicada em uma prática profissional. Caracteriza-se pelo método interpretativo, que busca o significado oculto daquilo que é manifestado por meio de ações e palavras ou pelas produções imaginárias, como sonhos, delírios ou atos falhos.
É usada para psicoterapias, aconselhamento, orientação.

Método catártico
Tratamento que possibilita a liberação de afetos e emoções ligadas a acontecimentos traumáticos que não puderam ser expressos na ocasião da vivência desagradável ou dolorosa. Por exemplo, na vida de uma pessoa houve um acontecimento envolto em muita emoção, seja abuso sexual, tortura, etc.  Essa emoção não pode manifestar-se em ações verbalmente, fazendo surgir um trauma psíquico.
Do trauma surge o mal psíquico, alimentado pelos restos daquela emoção reprimida, e que permanecem no inconsciente. O indivíduo se torna histérico. Entretanto, o indivíduo não tem conhecimento consciente do trauma, isto é, não se lembra dos fatos ou daquele acontecimento específico que provocou o mal. Enfim, para livrar o paciente, será necessário submetê-lo à hipnose. 


Repressão 
Processo psíquico que visa encobrir, fazer desaparecer da consciência uma idéia ou representação dolorosa que está na origem do sistema.  


A descoberta do inconsciente.

O esquecido era sempre algo penoso para o indivíduo, e era exatamente por isso que havia sido esquecido e o penoso não significava, necessariamente, sempre algo ruim, mas podia se referir a algo bom que se perdera. 

Inconsciente: conteúdos não presentes no campo atual da consciência. Esses conteúdos podem ter sido conscientes, em algum momento, e ter sido reprimidos, isto é, ''foram'' para o inconsciente. Ex: quando você aprendeu a andar. 

Consciente: é o sistema do aparelho psíquico que recebe ao mesmo tempo as informações do mundo exterior e as do mundo interior. Ex:  data.

Pré-consciente: é aquilo que não está na consciência no momento, mas no momento seguinte pode estar. Ex: número de celular da mãe.


Id: é onde se localiza as pulsões de vida e morte. É regido pelo princípio do prazer. 

Ego: é o sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências do Id, as exigências da realidade e as ordens do superego. Procura dar conta dos interesses da pessoa. 

Superego: internalização das proibições, dos limites e da autoridade.

Realidade fenomênica

Pode ser compreendida como o meio comportamental da Gestalt, ou seja, a maneira particular como o indivíduo interpreta uma determinada situação. Entretanto, para Lewin, esse conceito não está se referindo apenas à percepção, mas também a características de personalidade do indivíduo, a componentes emocionais ligados ao grupo e à própria situação vivida, assim como a situações passadas e que estejam ligadas ao acontecimento, na forma em que são representadas no espaço de vida atual do indivíduo.
Como por exemplo:

Um rapaz, ao chegar a sua casa, surpreende os pais num final de conversa e escuta o seguinte: ''Ele chegou, é melhor não falarmos disso agora''. Ele entende que os pais conversavam sobre um problema muito sério, de que ele não deveria tomar conhecimento. Resolve não fazer nenhum comentário sobre o assunto. Dias depois, chegando novamente em casa, encontra seus pais na sala com dois homens em ternos escuros. Imediatamente, associa esses homens ao final da conversa escutada e entende que eles, de alguma forma, estariam relacionados às preocupações dos pais.

Ocorre que a conversa referia-se a uma surpresa que os pais preparavam para o seu aniversário, e os dois homens eram antigos colegas de faculdade de seu pai, que aproveitavam a passagem pela cidade para fazer uma visita ao colega que há tanto tempo não viam.
Nessa história, o campo psicológico é representado pelas ''linhas de força'', que ''atraem'' a percepção e lhe dão significado.  O rapaz interpretou a situação pelo seu aspecto fenomênico e não pelo que ocorria de fato. A sua interpretação ganhou consistência com a visita de duas pessoas que ele não conhecia e, nesse sentido, as linhas de força estavam fazendo um corte no tempo. Isso foi possível porque o rapaz havia memorizado a situação anterior e a ela associado a seguinte. A partir da experiência anterior a nova ganhou significado.


Texto tirado do livro Psicologias - uma introdução ao estudo da psicologia.